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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O choque do Capitalismo

O CHOQUE DE CAPITALISMO
Levar um choque de capitalismo é adaptar sua economia às exigências competitivas
e concorrenciais de um mercado aberto, onde a eficiência, pelo aumento da produtividade
e a redução de custos, se torna o eixo central da sobrevivência. É alcançar tal resultado
pelas leis de mercado, sem necessitar do guarda chuva estatal, sem se proteger por detrás
do nacionalismo, usado frequentemente para a proteção de corporativismos ineficientes
privilegiados. Pois, os países que souberam aplicar um "choque de capitalismo" em suas
economias conseguiram se organizar relativamente bem nestes tempos de globalização
econômica. Aqueles que o fizeram parcialmente, em especial os emergentes, viram a
fragilidade da solução "meio-termista" quando da eclosão das crises mexicana (1991-
95), asiática (1997), russa (1998), brasileira (1999) e argentina (2000/ 2001).
No caso do Brasil, temos de ter claro que o processo que aí está vem desmistificar
uma idéia nacional muito difundida: a de que um empresário que sobrevive no Brasil
obtém sucesso em qualquer lugar do mundo. Isso não é verdade. O sucesso, para um
significativo segmento de agentes econômicos, só existia porque o sistema privilegiava o
financeiro e não o trabalho (a produção), em muitos casos o golpe e não a honestidade e,
quando a situação apertava, o Estado paternalista vinha em socorro de quem quebrava,
geralmente os ineficientes. O difícil mesmo é ser bom num sistema concorrencial,
disputado, onde o direito de errar não existe sob pena de quebrar definitivamente. É esse
choque de capitalismo que começamos a levar e a ele precisamos adaptar-nos, sem
esquecer que o Estado precisa chegar a uma coerência entre a teoria e a prática,
mirando-se nos exemplos mundiais e nas realidades regionais.
Assim, falar hoje de globalização no campo econômico é evocar o domínio de um
sistema econômico, o capitalismo, no espaço mundial. É evocar a posição do FMI e do
Banco Mundial em favor de reformas políticas e das instituições econômicas dos países
devedores (ajustes estruturais), especialmente na América Latina, África e Ásia. Reformas
cujo objetivo explícito é o de promover a difusão da lógica de mercado, permitir a
organização interna destas regiões para que possam reembolsar suas dívidas externas,
diminuindo sua demanda pela poupança mundial e, com isso, melhorar as condições de
acumulação do capital.
Mas, o domínio universal do capitalismo ultrapassa em muito o campo geopolítico,
não resumindo seu sucesso apenas na implosão do chamado império soviético e muito
menos na reestruturação econômica chinesa. Ou seja, ele não se reduz ao triunfo de um
bloco de estados sobre um outro e nem mesmo de um modo de produção sobre os seus
concorrentes. Ele tende, com efeito, a transcender a lógica de um sistema interestatal,
substituindo-o por uma lógica de redes transnacionais. Expressão da expansão espacial
do capitalismo, que atinge praticamente todos os confins do planeta, a globalização
da economia é, também e antes de tudo, um processo de desmantelamento das fronteiras
físicas e regulamentares que obstaculizam a acumulação do capital em escala mundial.
Em outras palavras, a receita da globalização visa a construir um novo espaço de
acumulação do capital.
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