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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Reginalização Mundial!!!

REGIONALIZAÇÃO MUNDIAL
Entendendo a Regionalização Mundial
A Teoria da Regionalização Mundial tem por objetivo identificar grandes áreas do
planeta com características próximas, no que diz respeito à população e a economia, ou ainda,
semelhanças na Formação Sócio-Econômico-Espacial.
As Ciências Sociais buscam criar uma metodologia apropriada para lidar com a enorme
diversidade e também para compreender as diferentes realidades encontradas no planeta.
Para compreender um texto, em especial um Clássico, deve-se inicialmente analisar o
momento histórico a que ele se refere e/ou foi escrito; só a partir daí seus conceitos podem ser
interpretados.
Esta observação sobre diferentes metodologias e conceitos ao longo da história é de
grande utilidade, a principiar pelas diferentes formas de regionalização propostas até a
atualidade. Não se pode esquecer que com o decorrer da história, novas metodologias surgem
e novos conceitos são lançados para diagnosticar com maior propriedade a dinâmica realidade
das sociedades.
Países Desenvolvidos e Subdesenvolvidos
O economista Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) foi um dos precursores desta
proposta de regionalização. Ele propôs o conceito de desenvolvimento econômico condicionado
às idéias de inovação tecnológica e da ruptura do “fluxo circular”. Schumpeter privilegiou a
atuação do empreendedor, do inovador na superação da condição de pobreza, da
precariedade. Assim estabeleceu a divisão do mundo entre aqueles que se desenvolveram e os
que supostamente poderiam se desenvolver.
Entre as diversas escolas do pensamento econômico se destacam as seguintes idéias:
· Liberalismo - o subdesenvolvimento é sinônimo de estagnação econômica.
· Neoliberalismo - criou os rótulos “países em desenvolvimento” e “países
emergentes”, e posicionou os antigos “subdesenvolvidos” dentro de uma fase do
desenvolvimento.
· Estruturalismo - estabeleceu que, além das razões econômicas, o
subdesenvolvimento era resultante da fragilidade das instituições próprias de cada
Estado.
· Keynesianismo - determinou o subdesenvolvimento como fruto da ausência de um
Estado forte, capaz de impor medidas reguladoras, subsídios e protecionismo
alfandegário.
· Teoria da Dependência - argumentou que o subdesenvolvimento é resultado de
trocas internacionais desiguais e não da ausência do desenvolvimento, portanto, é
produto do desenvolvimento desigual de outros países.
Países Centrais e Periféricos
Rosa Luxemburgo (1870-1919), filósofa marxista e militante revolucionária cuja
bandeira era “Socialismo ou barbárie”, foi grande defensora desta proposta de regionalização.
No sistema capitalista, segundo esta concepção, os países centrais e os países periféricos
travam um conflito desigual, no qual não há espaço para que os menos abastados alcancem
qualquer forma de progresso, seja social ou econômico.
Cada país ocupa um espaço e desempenha seu papel no mundo capitalista, assim a
periferia jamais chegará ao centro. No início do século XX, esta visão de mundo foi adotada por
inúmeros movimentos revolucionários, depois esquecida por algumas décadas
Na atualidade voltou a ganhar espaço nos meios acadêmicos. Em 1949, o economista
argentino Raul Prebish apresentou a tese O Desenvolvimento Econômico da América Latina e
seus Principais Problemas. Nesta obra, a difusão do progresso técnico e a distribuição dos seus
ganhos na economia mundial aconteciam de forma desigual. No centro, a difusão do progresso
técnico teria sido mais rápida e homogênea, enquanto na periferia, o progresso só atingiria
setores ligados à exportação em direção ao centro.
CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da Organização das Nações
Unidas), criada também em 1949, adotou esta linha em seus estudos. PRIMEIRO, SEGUNDO E
TERCEIRO MUNDOS Em 1952, o demógrafo francês Alfred Sauvy (1898-1990), cunhou a
expressão “Terceiro Mundo” para classificar as novas nações da Ásia e da África que surgiam
durante o processo de descolonização, após a Segunda Guerra Mundial (1939- 1945).
Sauvy notou semelhanças entre as aspirações dessas nações com as do “terceiro
estado” antes da Revolução Francesa. Em 1789, o “terceiro estado” representava 95% da
população, porém somente o primeiro e segundo estados (clero e nobreza) tinham real
representatividade política, privilégios jurídicos e fiscais, o “terceiro estado” arcava com a
carga tributária. Na sua concepção, os países que se opunham às metrópoles imperialistas
formavam o “Terceiro Mundo”, isto é, um bloco de países capitalistas jovens, desprovidos de
capital e crédito, entre outras formas de precariedade. O “Segundo Mundo” era constituído
pelos países socialistas, o “Primeiro Mundo” pelos países capitalistas dominantes.
Em 1955, na primeira Conferência entre os países “Não Alinhados”, realizada em
Bandung, na Indonésia, esta proposta de regionalização ganhou espaço na mídia e se
popularizou nos anos da Guerra Fria. De forma equivocada esta proposta de 2 regionalização
ainda é utilizada, mesmo não existindo países socialistas (Segundo Mundo), pelo menos em
sua concepção original. Nos seus últimos anos de vida, Sauvy declarou que tal denominação
deveria ser abolida. Para ele, o “Terceiro Mundo” deveria ser um bloco politicamente oposto ao
“Primeiro Mundo” e não somente um agrupamento de países de grande precariedade
econômica. Além disso, os países designados como “Terceiro Mundo” não poderiam servir ao
interesses dos países dominantes.
Países do Norte e do Sul
Diferente das demais propostas de regionalização, esta não apresenta um autor
precursor, mas cabe destacar o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, como um dos
responsáveis pela popularização dessa representação. Após décadas de Guerra Fria, o
enfrentamento ideológico entre Socialismo e Capitalismo (Leste x Oeste) perdeu espaço para a
disputa econômica entre Ricos e Pobres (Norte x Sul). A idéia ganhou força no início da década
de 1990, a partir da dissolução da União Soviética, principal representante do “Segundo
Mundo”.
Com relação a essas representações, deve ficar claro que são simplificações arbitrárias,
convenientes para a maior parte da mídia e para os Estados que as endossam. Em nenhum
momento o Leste foi totalmente Socialista nem o Oeste plenamente Capitalista. A divisão entre
Norte e Sul também é uma representação simbólica, que desrespeita a Linha do Equador. A
desigualdade entre Norte e Sul já existia, mas não se evidenciou após a Segunda Guerra
Mundial devido ao predomínio da Guerra Fria.
Norte-sul
É uma divisão socioeconômica e política utilizada para atualizar a Teoria dos Mundos. A
partir dessa divisão, separa os países desenvolvidos, chamados de países do norte, dos países
do sul, grupo de países subdesenvolvidos ou emergentes (em desenvolvimento), divididos no
mapa através de uma linha imaginária. Apesar do nome, alguns países do norte também estão
no grupo, embora a maior parte desses países estejam localizados ao sul da Linha do Equador.
DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO NA ATUALIDADE
Com o desenvolvimento da economia informacional e da globalização, estruturou-se uma nova
organização da produção no mundo. O sociólogo espanhol Manuel Castells denominou-a “a mais nova
divisão internacional do trabalho”, que está disposta em quatro posições diferentes no capitalismo
informacional-global: os produtores de alto valor com base no trabalho informacional, os produtores de
grande volume baseado no trabalho de baixo custo, os produtores de matérias-primas que se baseiam em
recursos naturais e, finalmente, os produtores redundantes, limitados ao trabalho desvalorizado. A posição
privilegiada dos lugares dentro dessa nova especialização produtiva em escala mundial deve-se ao domínio
tecnológico, sobretudo das tecnologias da informação, ao nível educacional da população e,
consequentemente, à qualidade da força de trabalho.
A grande diferença da atual divisão internacional do trabalho em relação às anteriores é que ela não
ocorre entre países, portanto não coincide com seus limites territoriais. Essa nova divisão se estabelece
entre agentes econômicos localizados nas quatro posições mencionadas por Castells ao longo de uma
estrutura global de redes e fluxos. Esses agentes podem aparecer em posições diferentes de um mesmo
país (desenvolvido ou em desenvolvimento). A posição mais importante, a tecnologia – informática,
telecomunicações, robótica, biotecnologia, entre outras – e os trabalhadores mais qualificados, concentra-se
predominantemente nos países desenvolvidos, sobretudo nos tecnopólos, como o do Vale do Silício, na
Califórnia. Mas aparece também em países emergente, como o Brasil (Campinas-SP), Coréia do Sul
(Taedok) e Índia (Bengalore).
Os produtores de matérias-primas baseadas em recursos naturais, ou seja, os produtores e
exportadores de minérios e produtos agrícolas estão principalmente nos países subdesenvolvidos da África,
Ásia e América Latina, onde também se concentra a maior parte dos trabalhadores desvalorizados,
sobretudo aqueles que compõem a economia informal, os subempregados.
A atual divisão internacional do trabalho reforça as desigualdades internacionais que já existiam em
suas formas precedentes, gerando uma categoria nova do pondo de vista sócio-espacial: a das regiões e
países excluídos. A emergência dessa recente divisão internacional do trabalho não suprime as
modalidades anteriores, pois a maioria dos países africanos, asiáticos e latino-americanos continua
exportando produtos primários, inserindo-se na antiga divisão internacional do trabalho. O problema é que,
na economia informacional, as matérias-primas perdem valor no comércio internacional.
Nas formas precedentes da especialização produtiva mundial havia uma clara relação de
exploração entre os países incluídos nos fluxos internacionais de mercadorias – produtos industrializados e
matérias-primas – e capitais produtivos e especulativos. Na nova divisão internacional do trabalho proposta
por Castells, com a globalização, milhões de pessoas e vastos territórios estão ficando à margem dos fluxos
globais porque não são considerados importantes nem para serem explorados. Isso tem acontecido até
mesmo em países desenvolvidos e em países inteiros, sobretudo no continente africano, região fortemente
marginalizada na atual fase do capitalismo. Segundo o UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o
Comércio e o Desenvolvimento), os 52 países africanos que constavam em seu relatório de 2003
receberam apenas 1,7% dos capitais investidos produtivamente no mundo em 2002, enquanto os 26 países
desenvolvidos receberam 70,7% dos investimentos globais. O relatório do Bando Mundial publicado em
2003 mostrou que os países da África subsaariana foram responsáveis por apenas 1,5% das exportações
mundiais de 2001, enquanto os países desenvolvidos responderam por 75% das vendas externas de
mercadorias.
Mudam as características do capitalismo, suas bases tecnológicas, mas as desigualdades
internacionais (as assimetrias socioeconômicas) permanecem, quando não aumentam.

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